domingo, 20 de fevereiro de 2022

A Hora do Adeus


Ás vezes pode ser difícil deixar coisas para trás. Uma casa que você construiu. O sonho da família que você planejava que fosse maior. Uma carreira. Anos de estudo. Pode parecer contraditório deixar coisas para trás para seguir adiante. Principalmente quando estamos em um relacionamento abusivo. Recomeçar. Recomeçar consigo mesma. Deixar as bengalas que te sustentaram por tanto tempo. Parar de sobreviver e começar a viver. Viver uma vida realmente feliz, não apoiada em alguém, mas apoiada em si própria.

Eu sou o meu centro agora. Pode ser difícil caminhar só, mas também é extremamente libertador. Liberdade. Palavra tão simples e que usamos genericamente, porém pode ser que nunca a tenhamos experimentamos de fato. Ser livre do seu antigo “eu” para abrir espaço para um novo “eu” cheio de potencial. Potencial para um voo livre, um voo solo.

Um voo solo pode parecer assustador de início. Mas é incrível quando você vê o céu azul e olha para o mundo lá embaixo e sente que ele é todo seu. Que há um mundo de possibilidades esperando por você. Por coisas que você queria fazer e sempre colocava em segundo plano por alguém.

É difícil se livrar da dependência emocional. Algumas pessoas nunca se libertam porque somos viciadas e não percebemos. Achamos que somos tão independentes, quando na verdade estávamos presas em nosso próprio cárcere interior.

Agora vejo tudo com clareza. Então, sim, estou pronta para dizer adeus.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A carta

Há tantas coisas que eu queria te dizer. Tantas que eu queria perguntar. Mas você não está aqui para responder. E nunca estará. Tanta dor e sofrimento invadem o meu ser. Não há palavras que possam explicar.

O pranto abafa os gritos e gemidos de dor e a imensa destruição deste caos que me restou. Não há nada além daqui. 

Estou de luto. De luto pela morte de um amor por aquilo que não existia. Era um alter-ego. Quão duro é se descobrir apaixonada por um alter-ego. 

Como eu queria voltar no tempo para nunca ter conhecido essa dor. Mas o tempo é um rio que não volta, mas nos deixa as memórias. Eu não queria essas memórias. Ó, rio, por que não levas também essas memórias? Queria apenas esquecer.